Resultado da luta por independência, a descolonização afro-asiática aconteceu após a Segunda Guerra Mundial e desencadeou a formação de novos países.
Para entendermos melhor como tudo aconteceu, devemos contextualizar a maneira como os países europeus dominavam outras nações por meio do seu exército e economia. O neocolonialismo, como é chamado, foi implantado em continentes como a África e a Ásia, principalmente. Sendo uma das principais causas da Primeira Guerra Mundial, esse tipo de política persistiu até a primeira metade do século XX.
Índice
- O processo de descolonização da África e Ásia
- Principais motivos
- Independências via pacífica x Independências por via violenta
- A descolonização da Ásia
- A descolonização da Índia e do Paquistão
- O papel da Conferência de Bandung na descolonização da África
O processo de descolonização da África e Ásia
Ao final da Segunda Guerra Mundial, mesmo passando por crises econômicas, países como Inglaterra e França ainda possuíam colônias. Assim, outras nações passaram a questionar a perpetuação do neocolonialismo, iniciando movimentos sociais onde reivindicavam suas independências diante de seus colonizadores, o movimento logo chegou à África e Ásia. Por conseguinte, em 1950, um grande foco de descolonização se formou no continente africano e asiático.
Principais motivos
A declaração política Carta do Atlântico, emitida em 14 de agosto de 1941, tem grande responsabilidade na intensificação do movimento, pois foi ela que despertou o que podemos chamar de autodeterminação dos povos da África e Ásia. Outras motivações para a descolonização Afro-asiática foram:
- A crise das antigas metrópoles, que gerou o declínio econômico de países industrializados pela Segunda Guerra Mundial;
- A conscientização e o nacionalismo que a guerra gerou nos países que eram colonizados;
- O estímulo à independência que os países colonizados receberam na Carta de São Francisco (ONU), onde o direito à autodeterminação dos povos foi reconhecido;
- A ascensão da URSS e dos EUA, que gerou a Guerra Fria.
Independências por via pacífica x Independências por via violenta
Durante as descolonizações, os países começaram a se rebelar de maneiras diferentes. É importante lembrar que mesmo que uma nação se tornasse independente politicamente, na maioria dos casos, a independência econômica não acontecia. Por isso, países como a Índia e o Ceilão realizavam a descolonização gradativa, primeiramente de maneira interna e depois na política externa.
- As Independências por via pacífica aconteciam de maneira que as concessões eram feitas gradualmente pelas metrópoles. Assim, a ex-colônia e ex-metrópole mantinham boas relações com os novos Estados, que recebiam ajuda econômica e aceitavam fazer parte da área de influência do antigo dominador.
- As independências por via violenta, por outro lado, eram feitas de modo que as ex-colônias romperam totalmente com seus colonizadores e enfrentavam a repressão violenta pelas ex-metrópoles. Nessas descolonizações as forças do povo e do exército estavam presentes no movimento.
Como resultado do desinteresse da França em reconhecer as independências, o país passou a sofrer problemas como os povos, logo, o Estado tentou contornar a situação por meio de reformas econômicas e sociais, mas só conseguiu agravar o movimento. Por recorrer à violência, o tratamento da França acabou criando mais problemas entre os colonizadores e colonizados, gerando a criação de grupos armados comunistas.

A descolonização da Ásia
Durante o século XX, várias nações iniciaram a luta contra o domínio colonial. Sendo o Egito (1922) e Iraque (1932) os primeiros países a serem descolonizados, passando pelo processo antes mesmo da Segunda Guerra Mundial. Logo após, na década de 1940, outros territórios também conquistaram suas independências, como a Transjordânia, Palestina e Líbano. Contudo, a Índia seguia com movimentos descolonizadores no território inglês, mas não obteve sua independência.
A descolonização da Índia e do Paquistão
O processo de descolonização da Índia foi intensificado na década de 1940, por Mahatma Gandhi e Jawaharial Nehru, líderes hindus que protestavam pela independência do país. Durante seus protestos, Gandhi incitava a desobediência civil. Diferente de outros países, a resistência da Índia se dava pelo não pagamento de impostos e o boicote aos produtos ingleses.
A resposta da Inglaterra às ações dos grupos, foi utilizar o conflito entre os hindus e os muçulmanos a seu favor – na época, os mulçumanos viviam na Índia e eram liderados por Muhammad Ali Jinnah. Apesar disso, a Índia ganhou sua luta contra a colonização, conquistando sua independência em 1947.
O conflito entre Índia e Paquistão
Mesmo com a descolonização, os países não optaram pela unificação das nações, criando então duas repúblicas, a República da Índia, majoritariamente hindu, e a República Muçulmana do Paquistão, onde a maioria dos habitantes eram de origem muçulmana. Os conflitos entre os dois países continuaram, o que provocou em 1948, o assassinato do líder pacifista, Gandhi, morto por um um militante de um grupo hindu radical. As desavenças entre os países não acabaram após a morte do líder indiano, e resultaram em uma guerra entre a Índia e Paquistão (1965).
O papel da Conferência de Bandung na descolonização da África
No ano de 1955, aconteceu, na Indonésia, a reunião de 29 países, sendo 23 africanos e 6 asiáticos. A Conferência de Bandung, como ficou conhecida, teve como pauta o compromisso dos países diante da política de não alinhamento automático a nenhum dos dois participantes da Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética). Além disso, os 29 países afirmaram seu direito à autodeterminação e o repúdio a todas as formas de colonialismo, resultando no impulsionamento dos movimentos de descolonização do continente africano.
Mesmo atuando de maneira autônoma, os movimentos africanos que aconteciam dentro das colônias ganharam força. E, como cada país utilizava uma estratégia diferente para ser descolonizado, alguns movimentos criaram conflitos militares contra as metrópoles, resultando em novos países. Por outro lado, existiam movimentos que buscavam negociações diplomáticas com as metrópoles, preservando os interesses econômicos das mesmas.
Entre os anos de 1973 e 1975, algumas das últimas colônias portuguesas do continente africado conseguiram suas independências, sendo elas: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Outro fato que contribuiu para que os povos africanos conseguissem a descolonização, foram os conflitos internos que aconteciam em Portugal.
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