O G20 é um dos fóruns mais influentes na governança global, reunindo as maiores economias do mundo em busca de soluções para desafios econômicos, sociais e ambientais.
Desde sua criação, o grupo tem desempenhado um papel central na promoção de políticas internacionais voltadas para a estabilidade financeira, a sustentabilidade e o desenvolvimento inclusivo.
Neste post, serão abordados os seguintes pontos:
- Origem e formação do G20
- Composição do G20
- Objetivos e temas abordados
- Importância do G20 na Política Internacional
- Os desafios do G20
- Papel do Brasil no G20
Origem e formação do G20
O G20, ou Grupo dos 20, foi estabelecido em 1999 em resposta à incapacidade das instituições tradicionais, dominadas por países desenvolvidos, de solucionarem as crises financeiras que impactaram as economias emergentes no final da década de 1990.
As crises de balanço de pagamentos na Tailândia, Indonésia e Rússia entre 1997 e 1998 evidenciaram a fragilidade das economias emergentes e a necessidade de um espaço onde esses países pudessem expor suas preocupações em um ambiente mais inclusivo.
Assim, o G20 foi concebido para englobar tanto economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento, com destaque para o papel crescente das economias emergentes na governança econômica global.
O grupo é composto por 19 países, a União Europeia e a União Africana, abrangendo uma ampla diversidade geográfica e econômica. Inicialmente projetado como um fórum informal para ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, o G20 buscava enfrentar os desafios associados à instabilidade do sistema financeiro internacional.
Composição do G20
A composição do G20 é um de seus aspectos mais relevantes para a discussão de questões globais.
Os 19 países membros são Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia, representada por sua presidência rotativa, a União Africana e pelo Banco Central Europeu.
A representação geográfica do grupo foi reforçada na Cúpula de Líderes realizada em novembro de 2023, em Nova Déli, na Índia, com a oficialização da União Africana como membro efetivo.
Os integrantes do G20 respondem por mais de 80% do PIB global, 75% do comércio internacional e aproximadamente 60% da população mundial, o que evidencia sua influência na governança econômica global.
Objetivos e temas abordados
Desde sua criação, o G20 tem como principal meta fomentar a cooperação internacional em assuntos econômicos e financeiros, reunindo as maiores economias do mundo. Entre os objetivos e temas abordados pelo grupo, destacam-se:
Fortalecimento da Transparência e Responsabilidade
Promover maior clareza nas políticas econômicas e financeiras dos membros, incentivando a prestação de contas entre governos e instituições.
Regulação Eficiente
Desenvolver normas que evitem crises futuras, especialmente após os eventos de 2008, que demonstraram a necessidade de supervisão mais rigorosa dos mercados.
Promoção da Sustentabilidade dos Mercados Financeiros
Assegurar que os mercados financeiros permaneçam resilientes, promovendo práticas que minimizem instabilidades e especulações excessivas.
Reforço da Cooperação Internacional
Reforçar a colaboração em áreas diversas, reconhecendo que muitos desafios exigem respostas coordenadas globalmente.
Reforma das Instituições Financeiras Internacionais
Apoiar a reestruturação de organizações como o FMI e o Banco Mundial, com enfoque em uma governança mais equilibrada e adaptada às dinâmicas atuais.
Importância do G20 na Política Internacional
Reunindo economias desenvolvidas e emergentes, o G20 oferece uma plataforma para nações em desenvolvimento apresentarem suas demandas em um ambiente influente.
Embora originalmente voltado para temas econômicos, sua agenda expandiu-se para incluir questões como mudança climática, saúde global, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável, em consequência da interconexão entre os desafios contemporâneos.
O grupo promove o multilateralismo ao defender soluções colaborativas para problemas globais. Em um contexto de crescentes tensões internacionais, como a rivalidade entre Estados Unidos e China, o G20 busca fomentar o diálogo e evitar fragmentações nas discussões.
Ademais, o G20 fortalece as economias em desenvolvimento ao incentivar o comércio Sul-Sul e estabelecer uma plataforma inclusiva para o comércio internacional.
Os desafios do G20
A diversidade de interesses e prioridades dos membros é um desafio ao consenso e à tomada de decisão.
Enquanto economias desenvolvidas, como EUA e União Europeia, priorizam estabilidade financeira, países emergentes, como Brasil e Índia, tendem a focar em desenvolvimento e redução da pobreza.
Outro desafio emergiu com a pandemia de COVID-19, que destacou a vulnerabilidade das economias globais e a necessidade de uma resposta coordenada a crises de saúde. O G20 teve que adaptar sua agenda para incluir questões de saúde pública, mas a implementação de soluções eficazes continua sendo um desafio.
Saiba mais sobre a Declaração da Cúpula Extraordinária do G20 sobre o Coronavírus.
A agenda climática é outro ponto delicado, devido às disparidades nas capacidades e responsabilidades entre nações ricas e em desenvolvimento.
Além disso, tensões geopolíticas e desafios relacionados à digitalização da economia também exigem soluções inovadoras.
Papel do Brasil no G20
O Brasil, uma das principais economias emergentes, tem um papel relevante no G20. Como membro fundador, o país busca garantir que as demandas das nações em desenvolvimento sejam consideradas no fórum.
Historicamente, o Brasil lidera as discussões sobre agricultura, especialmente nas negociações da OMC, defendendo a eliminação de subsídios e a abertura de mercados. O país também promove uma agenda de desenvolvimento que combina crescimento econômico com sustentabilidade e inclusão social.
Sob o lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, o Brasil assumiu pela primeira vez a presidência do G20 em dezembro de 2023.
Durante a Cúpula no Rio de Janeiro, foi lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com o objetivo de erradicar esses problemas até 2030. A iniciativa busca mobilizar recursos e tecnologias para implementar soluções eficazes.
Acesse o Resumo Clipping e saiba mais sobre o G20 no Brasil.

No comment yet, add your voice below!