A prova discursiva do Bloco 8, no Concurso Nacional Unificado (CNU), é tão decisiva quanto a objetiva. Ela será aplicada separadamente, em 7 de dezembro, e exigirá do candidato um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas, no padrão da FGV.
Esse formato elimina improvisos: não basta escrever bem, é preciso estruturar argumentos, usar repertório consistente e alinhar-se à linguagem institucional. Os temas não serão escolhidos ao acaso. Eles virão do edital e estarão relacionados a saúde pública, políticas do SUS, questões sociais, legislativas e éticas, cobrando uma visão crítica (marca registrada da FGV).
Você vai ver esse post:
- Como será a redação do Bloco 8?
- O que a FGV costuma cobrar em temas de redação?
- Base do edital: de onde virão os temas
- Temas mais prováveis para a redação do Bloco 8 em 2025
- Como se preparar para qualquer tema
- Conclusão
Como será a redação do Bloco 8?
Se você vai fazer a prova do Bloco 8, precisa entender bem como será a redação, porque ela pode definir sua classificação no CNU 2025.
A banca FGV será a responsável pela correção, e isso significa uma cobrança rigorosa na estrutura e na argumentação. Mas não se preocupe: o formato está bem definido no edital e não tem mistério se você souber como se preparar.
Formato definido pelo edital
A redação será um texto dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas. Esse é um padrão clássico nos concursos da FGV, mas que traz armadilhas para quem acha que pode escrever de forma genérica ou opinativa.
O que a banca espera:
- Introdução: contextualização clara do tema
- Desenvolvimento: pelo menos dois parágrafos com argumentos sólidos
- Conclusão: fechamento coerente e alinhado ao discurso institucional
Não haverá espaço para criatividade solta. A redação precisa ter coesão, coerência e fundamentação.
Quando será aplicada?
- Prova objetiva: 05 de outubro de 2025
- Redação (prova discursiva): 07 de dezembro de 2025
Esse intervalo é uma vantagem: você terá tempo para reforçar a preparação exclusiva para a redação após a objetiva, mas não caia na armadilha de deixar tudo para depois.
O que a FGV costuma cobrar em temas de redação?
Para acertar na preparação, não basta saber que a redação será dissertativa: é preciso entender como a FGV escolhe os temas e o que ela espera do candidato.
A banca tem um estilo próprio, bem diferente do modelo do ENEM ou de concursos que pedem apenas uma opinião genérica. Veja os principais pontos:
Características dos temas da FGV
- Abordagem crítica: A FGV evita temas com respostas óbvias ou opiniões extremas. Prefere assuntos que permitam análise equilibrada, com prós e contras.
- Conexão com conteúdos programáticos e realidade social: Mesmo quando a prova é para um cargo técnico, os temas costumam dialogar com saúde pública, legislação, realidade brasileira, direitos sociais e desafios do Estado.
- Contexto problematizador: A banca pode propor perguntas como:
“Quais as vantagens e desvantagens de determinada medida?” ou“Esse tipo de investimento vale a pena para o país?” - Menos temas “concretos”, mais reflexões amplas: Ao invés de “falta de médicos”, espere algo como “os desafios da universalização do SUS diante da inovação tecnológica”.
Exemplo real da FGV
Em um concurso recente, a banca pediu análise sobre exploração espacial e seus impactos.
Ou seja: não basta decorar fatos, é preciso pensar com profundidade e argumentar com base lógica.
O que NÃO cai:
- Textos narrativos ou criativos (conto, poema, sinopse)
- Redação opinativa sem embasamento
- Temas puramente pessoais ou desvinculados de políticas públicas
Base do edital: de onde virão os temas
A redação do Bloco 8 não será aleatória. Os temas sairão diretamente dos conteúdos previstos no edital, especialmente nos eixos relacionados à saúde pública, legislação social e realidade brasileira.
O que o edital define
- Texto dissertativo-argumentativo
- Até 30 linhas
- Tema vinculado ao conteúdo programático do Bloco 8
(com foco em saúde pública, políticas do SUS, legislação social e direitos fundamentais).
Principais fontes de temas
- Direitos sociais e deveres do Estado
(saúde, cidadania, políticas públicas)
- Desigualdades e grupos vulneráveis
(comunidades tradicionais, minorias, inclusão)
- Questões éticas e sociais no Brasil contemporâneo
- Legislação e princípios constitucionais
(dignidade humana, igualdade, direito à saúde)
Apesar de o Bloco 8 estar ligado à área da saúde, a FGV não se limita a temas técnicos. Ela pode cobrar assuntos mais amplos, relacionados à cidadania e à gestão pública.
Temas mais prováveis para a redação do Bloco 8 em 2025
Com base no edital e no histórico da FGV, os temas da redação não serão sorteados ao acaso: eles virão de debates sociais relevantes, alinhados à Constituição e aos princípios da Administração Pública.
Critérios que tornam um tema provável
- Alinhamento aos conteúdos do edital (saúde pública, realidade brasileira e legislação social)
- Alta relevância em políticas públicas
- Possibilidade de exigir visão crítica e fundamentação legal
- Temas que permitem múltiplos pontos de vista (característica típica da FGV)
7 temas que podem aparecer
Organizamos os possíveis temas em categorias relacionadas ao Bloco 8:
1. Saúde pública e cidadania
- Desafios do SUS na promoção da equidade
(como garantir acesso universal em um país desigual?) - Prevenção versus tratamento: qual deve ser a prioridade nas políticas de saúde?
2. Inclusão social e direitos fundamentais
- Envelhecimento da população e políticas de cuidado
(impactos sociais e econômicos) - Garantia de direitos para pessoas com deficiência no Brasil
3. Questões éticas e contemporâneas
- Desafios éticos no uso de inteligência artificial em serviços de saúde
- Fake news e seus impactos na saúde pública
(vacinação e desinformação)
4. Realidade brasileira e desigualdade
- Determinantes sociais da saúde
(como a desigualdade interfere no acesso aos serviços?) - O papel do Estado na redução de desigualdades regionais em saúde
O que todos esses temas têm em comum?
- Exigem análise crítica, não apenas opinião
- Permitem usar leis, dados e princípios constitucionais como base
- Têm conexão direta com a função pública e direitos sociais
Como se preparar para qualquer tema
Tentar adivinhar o tema não é a melhor estratégia. A banca FGV quer avaliar capacidade de argumentação, clareza e raciocínio crítico, e isso só se constrói com método.
Abaixo estão os pilares para se preparar com inteligência, mesmo sem saber o tema com antecedência:
1. Domine a estrutura padrão
A redação do Bloco 8 será um texto dissertativo-argumentativo com até 30 linhas. A estrutura não muda, independentemente do tema:
- Introdução: contextualize e apresente a tese
- Desenvolvimento (2 parágrafos): argumentos consistentes, com base legal e social
- Conclusão: síntese e possível proposta de solução
Pense na estrutura como uma receita fixa: você troca os ingredientes (dados, leis, exemplos), mas a base é sempre a mesma.
2. Construa repertório direcionado
Use as próprias matérias da prova objetiva como fonte de repertório. Estude:
- Direitos sociais e deveres do Estado
- Legislação de saúde
- Políticas públicas e realidade brasileira
Esses conhecimentos alimentam tanto a objetiva quanto a discursiva, tornando o estudo mais eficiente.
3. Adote um banco de argumentos
Prepare citações, leis e dados atualizados que possam ser adaptados a diferentes temas.
Exemplo:
- Constituição Federal, art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado.”
- Leis do SUS (Lei nº 8.080/90): como base para discutir políticas de saúde.
Ter esse arsenal pronto faz a diferença na hora da prova.
4. Treine com temas variados
Não espere a nota da objetiva para começar. 95% dos candidatos fará isso, e será tarde demais.
Comece agora:
- Pegue temas de saúde, cidadania e ética
- Cronometre sua escrita (tempo real de prova)
- Replique o estilo da FGV: propostas equilibradas e fundamentadas
5. Atenção ao tom exigido pela FGV
A banca não quer opinião pessoal. Ela espera:
- Discurso crítico e racional
- Fundamentação em direitos humanos e Constituição
- Linguagem formal e objetiva
Escreva como servidor público, não como comentarista.
Conclusão
A redação do Bloco 8 é um divisor de águas no CNU. Ela não avalia apenas a capacidade de escrever bem, mas a habilidade de argumentar com base técnica, legal e crítica dentro de um limite rígido: 30 linhas.
Os temas podem variar, mas o caminho para acertar não muda:
- Entenda a estrutura dissertativa
- fortaleça seu repertório com leis e dados
- treine sob o estilo da FGV, que valoriza clareza, coesão e alinhamento institucional.
Começar agora é o diferencial. Não espere a nota da objetiva para dar atenção à discursiva. Quem domina a redação multiplica suas chances de aprovação.


