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O que é diplomacia?

Capa - Blog - Diplomacia

Quando ouvimos falar em diplomacia, logo pensamos em negociações entre países, tratados de paz e embaixadores ao redor do mundo. Mas você sabe realmente o que está por trás dessa prática essencial nas relações internacionais? 

Neste post, vamos explorar a origem da diplomacia, sua evolução ao longo dos séculos, os diferentes tipos de interação diplomática e o papel fundamental que ela desempenha na construção de alianças e na manutenção da paz global. 

  1. O que é diplomacia?
  2. O objetivo da diplomacia
  3. Tipos de diplomacia
  4. O papel das missões diplomáticas
  5. Quem são os atores da diplomacia?
  6. Diplomacia no Brasil

O que é diplomacia?

A diplomacia é uma ferramenta essencial nas relações internacionais, que busca facilitar interações pacíficas entre governos de Estados soberanos por meio de representantes oficialmente reconhecidos. 

Origem

A prática da diplomacia é exercida desde o surgimento das primeiras cidades-Estado. Nos tempos antigos e medievais, os enviados eram convocados apenas para tratar de negociações pontuais e retornavam após a conclusão das suas missões. 

Entre os primeiros representantes diplomáticos permanentes, destacam-se os apocrisiários, que atuavam em nome do papa e de outros líderes católicos em Bizâncio. 

Essas funções marcaram o início de conceitos centrais para a diplomacia contemporânea, como a emissão de credenciais, o envio de instruções e a concessão de imunidades.

Surgimento da diplomacia moderna

O desenvolvimento da diplomacia moderna teve início nos Estados da Itália Setentrional durante o Renascimento, com a criação das primeiras missões diplomáticas no século XIII. 

Milão foi pioneira ao estabelecer uma missão permanente em Florença, em 1446. Tradições como a apresentação de credenciais dos embaixadores ao líder governamental surgiram nessa região e moldaram os costumes diplomáticos.

Entre as grandes nações da Europa, a Espanha foi a primeira a manter um representante fixo no exterior, enviando-o à corte inglesa em 1487. Já no final do século XVI, era comum na Europa o envio de missões permanentes. 

Na mesma época, Henry Wotton, em missão pela Inglaterra em Augsburgo, proferiu uma definição polêmica do papel do diplomata, descrevendo-o como “um homem íntegro enviado para mentir em favor de seu país”.

A Paz de Vestfália (1648), que consolidou o sistema de equilíbrio de poder na Europa, reforçou a necessidade das missões diplomáticas permanentes, que se tornaram instrumentos essenciais para a manutenção de alianças entre os Estados. 

A crescente demanda por profissionais especializados levou à formação de um corpo diplomático com experiência em negociações internacionais, enquanto ministérios de assuntos exteriores começaram a se estruturar nas principais capitais.

Com a presença constante de diplomatas nas cortes europeias, surgiram novos protocolos, como a precedência entre chefes de missão, que variava de acordo com o país, o tipo de governo e a religião oficial. 

O Congresso de Viena, em 1815, estabeleceu um sistema de precedência diplomática, mas o tema continuou a ser objeto de disputas até ser finalmente regulado pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, no século XX.

O objetivo da diplomacia

A diplomacia é uma prática milenar que visa defender e promover os interesses internos de uma nação, abrangendo aspectos políticos, econômicos, culturais e de defesa.

Executada por diplomatas, sua atuação abrange desde questões de segurança até cooperação comercial, passando pela divulgação cultural e colaboração em fóruns multilaterais.

A diplomacia também atua no fortalecimento das relações entre Estados, construindo parcerias estratégicas que beneficiem todas as partes.

Paralelamente, a diplomacia trabalha pela manutenção da paz e da ordem mundial, evitando confrontos por meio de diálogo e negociação. A mediação pacífica de tensões e crises contribui para a estabilidade global e a preservação dos direitos fundamentais.

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Tipos de diplomacia

Existem diversos tipos de diplomacia, cada um com um foco específico na forma como os países e entidades internacionais se relacionam. 

Estes são os principais tipos:

Diplomacia Bilateral

Envolve a interação direta entre dois Estados ou governos. Esse tipo de diplomacia é o mais comum e trata de questões como comércio, segurança e tratados bilaterais.

Diplomacia Multilateral

Ocorre quando vários países ou partes participam de negociações e discussões, geralmente em fóruns internacionais como as Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC), ou o G20.

Diplomacia Pública

Foca em influenciar a opinião pública de outros países, por meio da cultura, educação, comunicação e mídia. O objetivo é melhorar a imagem de um país ou promover seus valores e políticas.

Diplomacia Preventiva

Ação diplomática voltada para evitar conflitos antes que eles eclodam. É muito usada em organismos internacionais, como a ONU, para promover a paz e a estabilidade em regiões instáveis.

Diplomacia Econômica

Focada em promover os interesses econômicos de um país, como negociações de tratados de comércio, investimentos estrangeiros e cooperação econômica.

Diplomacia Coercitiva

Envolve o uso de ameaças ou pressões econômicas, políticas ou militares para alcançar objetivos diplomáticos, como sanções econômicas ou ultimatos.

Diplomacia Cultural

Busca fortalecer as relações entre países por meio de intercâmbio cultural, incluindo educação, artes e promoção de idiomas.

Diplomacia Científica

Fomenta a cooperação científica entre países para abordar desafios globais como mudanças climáticas, pandemias e inovação tecnológica.

Diplomacia Ambiental

Envolve negociações sobre questões ambientais globais, como o aquecimento global, a preservação da biodiversidade e o uso sustentável de recursos naturais.

Diplomacia de Cúpulas

Envolve encontros de alto nível entre chefes de Estado e governo, como o G7, G20 ou cúpulas regionais, para tratar de temas globais urgentes.

Cada um desses tipos de diplomacia refletem a diversidade das interações no cenário internacional e a multiplicidade de objetivos e métodos usados na política externa de diferentes países.

Imagem de mãos sob o mapa mundi que compõe o texto sobre o que é diplomacia
Designed by Freepik

O papel das missões diplomáticas

Uma missão diplomática é o conjunto de diplomatas e de outros funcionários encarregados de representar um Estado ou uma organização internacional junto a outro estado ou organização.

Os representantes possuem a tarefa de defender os interesses do primeiro perante o segundo. Normalmente, trata-se de uma representação permanente estabelecida na capital do Estado receptor.

As missões variam em três níveis, conforme a hierarquia do seu chefe: 

  • A embaixada, encabeçada por um embaixador, representa o grau mais alto; 
  • Às legações, sob o comando de ministros plenipotenciários ou inter-núncios; e 
  • As encarregaturas de negócios, lideradas por encarregados de negócios, formam o nível mais baixo de representação. 

Hoje, a maioria das missões é liderada por embaixadores, já que após a Segunda Guerra Mundial, muitas legações foram elevadas à categoria de embaixada.

É importante distinguir o titular de uma Encarregatura de Negócios (o encarregado de negócios), posição diplomática atualmente rara, do encarregado de negócios ad interim, que é a função temporária exercida pelo diplomata que assume o posto na ausência do embaixador titular.

De modo geral, as missões diplomáticas no exterior são subordinadas ao Ministério das Relações Exteriores ou órgão equivalente, de onde recebem suas diretrizes.

Quem são os atores da diplomacia?

Os atores da diplomacia são entidades e indivíduos que participam do processo de negociação e comunicação internacional. Tradicionalmente, os Estados eram os únicos atores, mas o cenário diplomático moderno envolve uma ampla variedade de participantes. 

Estados nacionais

Os Estados nacionais são os atores mais tradicionais, representados por seus governos e chefes de Estado, como presidentes, primeiros-ministros e monarcas. 

Também contam com a representação dos ministérios das relações exteriores, organizações governamentais especializadas em gerir a política externa de um país. 

Organizações internacionais

Entre as principais organizações internacionais temos as Nações Unidas (ONU), um dos principais fóruns para a diplomacia multilateral, envolvendo quase todos os países do mundo.

Além dela, existem instituições que promovem a diplomacia econômica e o desenvolvimento internacional, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. 

Organizações Não Governamentais (ONGs)

As organizações não governamentais (ONGs), como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, influenciam a diplomacia em questões de direitos humanos, meio ambiente e temas humanitários. Elas podem pressionar governos e organizações internacionais a adotar políticas específicas.

Empresas Multinacionais

Grandes corporações, como Google, Apple, Shell e outras, têm um impacto significativo na diplomacia, especialmente em negociações econômicas e políticas que afetam o comércio global, investimentos e regulação de setores específicos.

Organizações Regionais

Organizações regionais, como a União Europeia (UE), União Africana (UA), Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Mercosul, também participam ativamente desse cenário, elas representam blocos regionais de países em negociações diplomáticas, comerciais e de segurança.

Grupos Insurgentes e Movimentos Revolucionários

Em contextos de conflito, grupos insurgentes ou revolucionários também podem participar de negociações diplomáticas, como ocorreu em diálogos de paz envolvendo as FARC na Colômbia ou o Talibã no Afeganistão.

Diplomacia no Brasil

A diplomacia brasileira possui traços que revelam tanto sua trajetória quanto seu papel no mundo. Desde os tempos coloniais, ela desempenhou um papel essencial na delimitação de fronteiras, na solução de disputas e na integração do país ao cenário global.

A diplomacia brasileira é guiada por alguns princípios fundamentais, como:

  • Respeito à soberania e à autodeterminação dos povos.
  • Não-intervenção nos assuntos internos de outros países.
  • Resolução pacífica de conflitos.
  • Defesa dos direitos humanos e da democracia.
  • Multilateralismo, ou seja, a busca de soluções por meio de organismos internacionais,

No século XIX, o Brasil consolidou sua política externa sob a liderança do Barão do Rio Branco, considerado o patrono da diplomacia do Brasil, cuja contribuição pacífica na definição de limites territoriais foi decisiva para a formação do atual território brasileiro.

No século XX, a política externa do país passou por diferentes momentos, como:

  • Primeira República (1889-1930): foco na consolidação territorial e no estreitamento de laços com os Estados Unidos.
  • Era Vargas (1930-1945): a política externa, marcada pelo pragmatismo, buscou equilibrar interesses entre os EUA e a Europa, especialmente durante a Segunda Guerra Mundial.
  • Regime Militar (1964-1985): adotou-se o chamado “pragmatismo responsável”, com a diversificação de parcerias, notadamente com países em desenvolvimento, sem um alinhamento direto com os blocos da Guerra Fria.

Nos últimos anos, a política externa brasileira tem se concentrado em alguns objetivos principais, como as reformas institucionais globais, a integração regional, a cooperação Sul-Sul e a sustentabilidade.

Embora tenha uma presença ativa no cenário internacional, o país enfrenta o desafio de equilibrar suas aspirações globais com restrições internas, tanto econômicas quanto políticas. 

Ao longo de sua história, o país se destacou pela busca de soluções pacíficas e pela atuação multilateral, com foco em áreas como meio ambiente, direitos humanos e comércio global.

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